quarta-feira, 5 de julho de 2017

UMA CARTA DE AMOR PARA O MESTRE CASCUDO

Nada, mais nada é mesmo por acaso nessa vida!

"Mas se é amigo, não precisa mudar..."

No dia 19 de Julho de 2017, será lançado na casa memorável do nosso querido Professor, Historiador, Folclorista e tantas outras coisas, Câmara Cascudo,  Uma Carta de Amor para Cascudo.
Como diz a própria Daluzinha  "não será o lançamento de um livro, mas  de nossa CARTA DE AMOR... Será um ENCONTRO NO MEIO DO CAMINHO..." , mas que brevemente nos presenteará com as suas pesquisas.

Quem irá homenageá-lo com tão delicada publicação será nada mais, nada menos que a nossa querida contadora de histórias, a Daluzinha Ávilis, que há longos anos, vem se dedicando a vida cultural, a pesquisa de histórias, mitos e lendas, assim como fez o nosso Cascudo.


Dotada de uma sensibilidade surreal para contar histórias, a Daluzinha Áviles é uma apaixonada incondicional pela história do nosso grande mestre. E foi por isso que decidiu, em data especial, fazer essa homenagem ao  historiador.

A imagem pode conter: 5 pessoas, pessoas sorrindo, texto   Pois é, a data escolhida foi para celebrar o DIA DO AMIGO, que será no dia 20 de Julho, porém, por motivos de forças maiores, ficou agendado para o dia 19 de  Julho de 2017.

Todos que amam a cultura do nosso Estado, representantes da Educação, da contação de histórias, Poetas, Artistas e sonhadores de um mundo melhor, cheinho de AMIGOS, certamente estarão lá ... e se você ama isso tudo, também está convidado!


E para não deixar de mencionar e por ser tão importante para o nosso legado cultural, esse dia também é comemorado O DIA DO VAQUEIRO NORDESTINO, mesmo sendo uma comemoração móvel, ela ocorre entre os dias 15 a 21 de Julho, será homenageado também nesse complexo cultural no Instituto Ludovicus.


Nenhum texto alternativo automático disponível. Nós que estamos Nas Trilhas Potiguares da Cultura, estaremos lá, para nos inteirarmos e nos apropriarmos desse banho de cultura, que será prestigiar, o encanto, a alegria, o abraço dos amigos, crianças, adultos e familiares do nosso mito e do nosso ORGULHO, Luis da Câmara Cascudo, e nessa BELÍSSIMA homenagem da fada Daluzinha Áviles. Já já, teremos mais novidades, é só nos acompanhar!!! 

Onde será?

Na casa do mestre, no  Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo.

Que horas?

Ás 19:00 hs, porém, conhecendo o público de Daluzinha Áviles e dos que prestigiam tudo relacionado a memória de Cascudo, ACHO BOM CHEGAR CEDO...


POR... Dayse Michelle Albuquerque.




Fontes das imagens:
http://www.substantivoplural.com.br/wp-content/uploads/2016/08/Cascudo-e1472129781499.jpg

https://www.facebook.com/search/top/?q=daluzinha%20avlis

http://dombarreto.g12.br/portal/?p=7234

terça-feira, 1 de novembro de 2016

O Pequeno Principe

Bom dia!

Por que o Pequeno Príncipe?

Quando comecei a ler a obra, vi que ali não continha uma história superficial, ou voltada apenas para o público infantil, ou apenas produzida com fins comerciais, mas uma narrativa pessoal, perdida num subconsciente de alguém que cresceu, mas que queria marcar para sempre, a sua essência, seus aprendizados e seus valores.

Tanta sabedoria e ensinamentos contidos numa história, que a primeira vista, podemos pensar que é voltada para crianças, mas, que ao longo da sua leitura, nos deslumbramos com valores etéreos, reais e simples... a simplicidade de uma criança que estava ali, guardada dentro das memórias de Antoine de Saint Exupéry.

Esse trabalho de leitura e análise sobre a obra O Pequeno Príncipe de Saint Exupéry, num primeiro momento, surgiu da curiosidade de compreender os valores, as atitudes humanizadoras, suas mensagens de amor e amizade. Porém, a pesquisa foi muito além das minhas expectativas. levei essa curiosidade mais além, envolvendo os meus alunos do 6o ano da escola em que ensino. 


Vi que teria muitos caminhos a percorrer com o tema, mas confesso que o que me encantou de verdade foi o fato de poder trabalhar a temática da Cultura do Rio Grande do Norte com ele.

Em nossas pesquisas descobri que há vários indícios de nosso herói ter pisado em terras potiguares. 
"voilà".  



"Um livro urgentíssimo para adultos"


O livro foi escrito e publicado em 1943, em Nova York, mas por um acaso do destino, não fora publicado em terras brasileiras, já que uma tradicional editora nacional havia comprado, mas que teve a infelicidade de desistir da sua publicação. Posso até imaginar a cara dessa editora ao vislumbrar, apenas no ano de sua publicação no Brasil, em 1952, nada mais, nada menos que mais de 4 milhões de exemplares vendidos! Infeliz desistência. 

Esse francês, piloto, com alma de artista, ilustrador e escritor, mostrou também a sua faceta de filósofo das temeridades humanas, das dificuldade do homem em perceber que o valor da vida está na simplicidade do "ser" e não do "ter", a não ser que o ter, estivesse unido a amizade.

Mas, porquê será que Exupèry, em suas palavras enfatizou o fato dessa obra, aparentemente "infantil", ser "Um livro urgentíssimo para adultos"?

O contexto de sua escrita se deu durante o grande conflito mundial, ou seja, durante a Segunda Grande Guerra. Imaginemos esse contexto, de desesperanças, da falta de amor, do esquecimento de valores humanos, das desilusões da vida adulta em meio a guerra. Nessas situações, "criar laços" de afetividade, de amizade é algo, porque não dizer, inimaginável. Pois foi no meio desse turbilhão de emoções e sensações que o nosso prodigioso  piloto encontrou o material necessário para descrever justamente aquilo que ele pensava para o humano. E são muitas as lições que podemos tirar disso tudo. É como a sua rosa, tão linda e perfeita, no meio do lodo, ou de mundo que brigava por suas futilidades encontrasse um tempo, para receber uma obra tão cativante e necessária para camuflar esse mundo real, duro e massacrante.

“ Eu procuro amigos. Mas, o que significa cativar? -É uma coisa praticamente esquecida por todo mundo - disse a raposa. -Significa criar laços”.

Um dos valores que mais me encantou nessa leitura foi o sentido de cativar... daí eu me pergunto e tento compreender, mas não me demoro muito a entender como e por quê uma obra alcançou tanto sucesso no período de Guerra Fria. Foram mais de 253 idiomas e dialetos de tradução, isso somente durante a década de 60, nem me refiro agora no século XXI!


Como trabalhar a obra com meus alunos? Em quais vertentes? Em quais disciplinas?

Pensei que não seria nada fácil, mas tinha certeza que seria prazeroso. A pesquisa nasceu com o objetivo de tema para a Mostra Científica e Cultural, mas principalmente do desejo de plantar a semente do bem, da leitura e do sentido de "criar laços de amizade e de amor" entre mim e meus alunos com a obra. Assim como o texto de Exupèry, foi um sucesso total. Todas as imagens postadas aqui foram utilizadas no trabalho de apresentação da obra.

As disciplinas que se envolveram com a nossa temática foram: a língua portuguesa, com minha querida amiga, a professora Liana Suelma, que logo se dispôs a leitura comigo e com eles da obra.
Em Filosofia, trabalhamos a questão dos valores, dos vícios e das virtudes.
Em Geografia, vimos os contextos geográficos, do deserto do Saara, da base de apoio que o RN estabeleceu com os Estados Unidos, trabalhando a intertextualidade da obra, com a História Mundial.
Em Cultura do RN, trabalhamos, e muito, os símbolos de representações do imaginário de Exupèry. Da sua provável doce presença aqui em terras potiguares e do nosso inenarrável Luiz da Câmara Cascudo.
Em Ciências, trabalhamos os seres da fauna, da flora, da questão ambiental, levantada pelos Baobás, tão singular na obra O Pequeno Príncipe, interdisciplinando com a Geografia, mapeando a ocorrência dessa árvore de origem africana em terras potiguares.
Em Arte, trabalhamos na construção de paineis, na confecção de lembrancinhas, na criação de maquetes, na leitura de textos escritos e desenhos, assim como, na verificação de animações. Lembrando da bela coreografia de abertura da Mostra pela coreógrafa Jaqueline Cunha.

Dado a finitude do tempo, finalizo por hoje a nossa pequena saga, em breve, contarei e postarei alguns de nossos melhores momentos e de tantos aprendizados que tivemos juntos, mas logo, logo, faleremos um pouco mais sobre esse projeto que se concretizou lindamente. Pois abordaremos cada aspecto que foi mencionado anteriormente.

Lembrando de uma das minhas preferidas frases do Le Petit Prince
"O essencial é invisível aos olhos, só se ver bem, com os olhos do coração."

Deixo de minha parte uma reflexão de que muitas vezes buscamos a felicidade em coisas tão fúteis, como se aquilo, ou isso fosse satisfazer as nossas necessidades e desejos de preenchimento de  vazios; que nada poderá preencher se não por valores verdadeiros, valores que não se compra com moeda, mas que é tão simples de achar: Deus, em primeiro lugar; a família; as verdadeiras amizades; a contemplação da natureza.
Quando todos nós deixarmos de lado a visão individualista ou egoísta de ser, poderemos sair de um mundo em que se valoriza as futilidades para um sentido maior de amar ao próximo e assim e entender que fazendo assim estamos nos amando também. 

Dayse Michelle Albuquerque.


domingo, 19 de julho de 2015

TRÍADE: POPULAR, FILOSÓFICO E FESCENINO

TRÍADE: POPULAR, FILOSÓFICO E FESCENINO - NAS TRILHAS POTIGUARES
Edição de domingo, 19/07/15.


Nas Trilhas Potiguares desse fim de semana, viemos apresentar o lançamento de um livro poético escrito a três mãos. Trata-se da obra Tríade: Popular, Filosófico e Fescenino, que abrilhantou e encheu de música e alegria os salões da Livraria Nobel da Av. Salgado Filho.

O texto Tríade surgiu do amor dos três autores pela poesia dos quais o poeta popular Emmanoel Iohanan , o filósofo e também poeta Ferreira Fontes e pela fotógrafa, poetisa Jardia Maia, que a partir do DESEJO, em seu amplo sentido, buscaram através da linguagem poética fescenina, eternizarem seus versos.
Tríade destaca-se num contexto fescenino, ou seja, de versos populares licenciosos, com linguagem obscena e maliciosa, mas sem, deixar de lado o tom poético que caracteriza a obra.

A linguagem fescenina está presente na literatura e na poesia desde a antiguidade clássica romana até os nossos dias. Mesmo em períodos de repressão, como a Idade Média, o homem sempre conseguiu burlar a fiscalização da Igreja ao escrever com uma linguagem erótica, seus textos libidinoso.

No Brasil, nomes como Gregório de Matos e Bernardo Guimarães, ousaram na poesia fescenina, numa época em que tal texto não se concebia aos costumes da família tradicional patriarcal católica, lógico... de uma forma oficial. No entanto, sempre existiu um consumo dessa literatura, as margens da sociedade e num ambiente estritamente masculino.
Essa mesma sociedade patriarcal, escravista e religiosa, na figura do “poderoso” senhor branco detentor da propriedade não somente imóvel, mas do corpo, da sexualidade e das ideias, criou um escopo de imagem com fundamentos na hipocrisia, a nosso ver, duas: do homem da moral e dos bons costumes, e do homem libidinoso, pronto a satisfazer seus desejos mais ocultos. Daí uma grande matéria prima para a escrita de textos dessa natureza.

Durante os períodos de ditatoriais, como a Era Vargas (1937-1945) repressão militar ( 1964-1984), o Brasil teve suas experiências da poesia fescenina, talvez pelo fato da proibição, mesmo nesse período eles não deixaram de ser produzidos. Imagine-se num ambiente de grandes ebulições políticas e sentimento de repressão, da falta de liberdades, é um ambiente propício a produção de algo “à margem”, viril, voluptuoso sensual “proibido”.

E por falar em sensualidade, o nome feminino da Tríade, Jardia Maia, compõe suas poesias de uma forma livre, feminina, sem ter nenhuma satisfação a dar a "alguém". Jardia transmite em seus versos uma segurança daquilo que idealiza, e se permitir brincar com as palavras aquilo que muitas mulheres até desejam falar, mas se limitam.
Ainda vamos ouvir falar muito dessa jovem escritora! 




Em pleno século XXI, tratar a temática com a mesma carga de preconceito aos que existiram ao longo da História, mas que sempre esteve vivo e à tona, é tão somente hipócrita assim como sempre o foi nesses mesmos anos que sempre foram lidas e consumidas. Principalmente pela facilidade de acesso da mídia do conteúdo fescenino.
Emmanoel Iohanan, Ferreira Fontes e Jardia Maia, vieram com essa temática instigante, a leitura por completa do livro, aprimorando o que há de mais espontâneo da característica humana: a curiosidade.


Tão curiosos que em seu lançamento, o livro Tríade reuniu um grande número de admiradores da cultura popular e erudita, de amigos e leitores, músicos, escritores cordelistas artistas e intelectuais, com o intuito não somente de prestigiar o trabalho desses autores, mas de buscar, em primeira mão, conhecer um trabalho diferenciado e corajoso.
Não podemos deixar de destacar que, no cenário potiguar da arte e cultura, se delineia um momento cultural significativo e importante. Vários artistas vêm se destacando em várias vertentes da cultura popular e isso tem ganhado notoriedade. E viva a cultura potiguar! 

Hélio Gomes e Claudia Borges ( Casa do Cordel)
A tríade e o músico e compositor Dudé Viana






Nesse encontro entre amigos, estiveram vários representantes da SPVA (Sociedade dos Poetas Vivos e Afins), como o cordelista Marciano Medeiros, Claudia Borges, Tonha Mota, Nando Poeta, Hélio Gomes Soares, Clécia Santos, entre outros, muitos outros, da Casa do Cordel, Da Casa da Mangueira (Oficina de contação de Estórias e outros segredinhos) na graça da querida contadora de estórias Daluzinha Áviles, da poetisa Rita Cruz, do músico e compositor Dudé Viana,  professores e alunos da UFRN, dos cursos de Letras, Filosofia e a blogueira historiadora que vos fala.
entre músicas, conversas e autógrafos, os participantes do evento pode degustar um delicioso buffet com a música do grupo encabeçado pela cantora Magna Fuá, que aliás, foi um show a parte... Uma festa!



Tríade: Popular, Filosófico e Fescenino tem essas características. "Se tiver preconceito, não leia; no entanto, se tiver bom senso, não julgue; se tiver senso estético e poético, entenda-a! de uma coisa tenho certeza... só parei de ler no fim!" Dayse Albuquerque.























Poetisa Claudia Borges e Dayse Albuquerque.



Escritor e filósofo Ferreira Fontes
                                                                                    







Nas Trilhas Potiguares ... Um encontro de Cultura, História e Arte!
                                                                       Por Dayse Albuquerque



quarta-feira, 29 de abril de 2015

Dia 29 de Abril – Dia da dança.

Desde os primórdios, em um passado longínquo, os seres humanos buscaram expressar suas emoções, seus estados de espírito de uma forma estética e artística, mesmo os nossos antepassados pré-históricos, sem terem mesmo a noção do que estética ou arte, essas emoções não passaram despercebidas:

A dança.

Dia-a-dia real e abstrato: registros em Seridó, no Rio Grande do Norte, têm formas variadas.
Foto: Assoc. Bras. de Arte Rupestre/divulgação

Hoje, 29 de abril de 2015, comemoramos mais um dia da dança. E como ela é um aspecto muito importante na cultura desde que o homem é homem, desde os textos mais antigos, como a Bíblia e em todo o transcorrer da História da humanidade, a colocaremos como destaque.
Em nosso estado do Rio Grande do Norte, temos vários sítios arqueológicos de arte rupestre que nos mostram o fascínio que a dança provoca nos seres humanos. A dança está relacionada com o ato de prazer, de alegria e da sensualidade.  Movimento, ação, suor, alegria e expressão são palavras que remetem à prática da dança.
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 Pintura dança dos índios tapuias, óleo sobre tela de Albert Eckhout 1641.

 

Na História da arte, a dança sempre ocupou um espaço importante e sempre se relacionando bem com as artes plásticas. Sem a intenção de passar em cada fase da história, mas apenas como algumas representações dessa poesia do corpo, veremos alguns dos artistas que a tematizaram.


Albert Eckhout 


No Brasil do século XVI observamos que a dança da população indígena ficou eternizada no mundo das artes na obra de Albert Eckhout. Imaginemos o exótico que foi a sensação do artista ao se deparar com uma cultura totalmente diferente da qual ele fazia parte. Certamente frequentador de salões de danças clássicas, como o balé, das cortes europeia, em que todos os bailarinos ou dançantes estavam bem vestidos. Ou mesmo da seminudez irreverente das dançarinas de cançã das noites parisienses. Essa sensação de ver e sentir um tipo de dança natural, de homens e mulheres nus em passos e descompassos. Alma, sensibilidade e artista, Eckhout não poderia deixar passar essa cena sem  eternizá-la.
A dança como expressão corporal possui significados  no indivíduo ou em grupos que buscam suas maneiras de demonstrar e de manifestar suas tristezas, alegrias, conhecimentos, dúvidas, razões e emoções. Para tanto, o ser humano utiliza seu corpo, como instrumento, para tais manifestações, vivenciando e interagindo. 



A DANÇA DE HERI MATISSE

Henri Matisse, pintor francês e grande mestre da pintura fauvista,  retratou em sua obra um grupo de pessoas que dançam em círculos; acredita-se que a ideia da composição surgiu em 1905, enquanto o pintor observava alguns pescadores a realizar uma dança de roda, a sardana, numa praia do sul de França. Diz-se também que essa obra foi uma encomenda de seu patrono, Sergei Shchuki. e que ela seria colocada em seu palácio Trubestskoy,   Apesar das cores alegres e do sentido de alegria, essa obra não foi bem compreendida por Shchuki. Apesar da negativa da crítica, Matisse concluiu seu trabalho que depois de algum tempo, recebeu o reconhecimento merecido.

 As formas simplificadas das dançarinas ocupam toda a tela, num padrão rítmico de movimento expressivo. Além disso, Matisse priorizou apenas três cores: azul para o céu, laranja-rosado para os corpos e verde para as colinas. A crítica a sua obra foi duríssima pelo fato dela está composta por dançarinos nus. Mas ela estava lá e se consagrou nas cores do artista: a dança.








A Dança na obra de Edgar Degas





 Edgar Degas, O Ensaio (1874)



Não  poderíamos falar da poesia do corpo, a dança, sem falar em dele. Degas tinha como uma de suas características a representação impressionista da dança, o ballet.  que foi eternizado por ele de diferentes formas e em  diferentes momentos. Sua obra, de uma beleza incomparável, elevou a dança do ballet ao mais alto nível de pintura impressionista. o estilo, a graça e a delicadeza da dança, com uma leveza e sensibilidade de cativar o olhar e a sensação de liberdade.


Representações da dança potiguar


Boi de Reis Pintadinho.


 Foto de Lenilton Lima




 Saindo do contexto da pintura, a dança no solos potiguares possui uma importância histórica e cultural muito grande, pois ela está relacionada com aspectos da colonização portuguesa e na mistura de culturas, portuguesa, indígena e negra. 
Passando por alguns olhares da representação das danças na pintura, hoje podemos contemplá-las em outros suportes artísticos, como as fotografias, o vídeo, o cinema, a web, os recursos se multiplicaram.  
Nesse recursos e no nosso contexto, a representação de nossa dança a dança potiguar é rica em lendas, encenações e colorido e está muito relacionada com a contação de estórias, de cantigas, da dramatização das danças populares, a exemplo, “Os Bois”, (Bumba meu boi ou Boi de Reis ou Boi Calemba), cuja narrativa é sobre a morte de um boi; "Cheganças”, que evoca os trabalhos do mar, na longínqua época das grandes navegações e descobrimentos,  dos nossos antepassados, das aventuras da colonização. E o Fandango, que remetem as narrativas de desbravamentos dos mares.


Já as danças, as mais famosas são: cocos, Bambelôs, Emboladas, Bandeirinhas e Capelinhas-de-melão e o Pastoril. Ainda existem outros tipos de dança que se caracterizam como “brincantes” ou “religiosos”.

Foto de Isaias Carlos.


O Pastoril Dona Joaquina, diante da Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarante.
Assim, com a imagem de um dos grupos folclóricos potiguar de dança, o Pastoril de Dona Joaquina, (matéria para uma próxima publicação), para o dia 29/04/15, o dia da dança ficará marcado para mim e meus nobres amigos leitores, na comemoração dessa arte tão importante que é a dança. Feliz dia da dança, e como não poderia ser diferente, terminamos com o poema de Fernando Sabino, que diz:


No Cinema



Ainda em homenagem a esse dia: Dia da dança, escolhemos uma representação na 7a arte, o cinema, no qual indicamos o filme "Dança comigo?" ou "Shall We Dance?", que conta a história de um advogado o John Clark (Richard Gere), que passou a vida inteira dedicado a família, com uma rotina de casa para o trabalho; sua mulher, Bervely (Susan Saradon) e filhos. Um dia, na volta para casa se depara com uma linda jovem na janela (Jennifer Lopes), uma das professoras da academia de dança, Clark passa a frequentar as aulas com segundas intenções. Esse filme foi lançado em novembro de 2004, dirigido por Peter Chelsom e temo gênero a comédia romântica. Sem falar que o repertório de músicas são incríveis, assim como as danças nela apresentadas. Vale a pena conferir.

Na poesia, não poderia deixar de mencionar Fernando Sabino,

“De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!”
Fernando Sabino.                              Dayse Michelle Albuquerque.





Fontes:
CAILLOIS, R. Os jogos e os homens. Lisboa: Portugal, 1990
GORINE, Paula O. “Corpo e Meditação: trajetos para um crítica da dança”, 2009, UERJ.
HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 1980.
MEDEIROS, Rostand. Tok de História. Participação Potiguar no 47º festival de nacional de folclore. 26/05/11.
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-51895/


sexta-feira, 24 de abril de 2015

Lançamento do Cordel: família e lutas de Valdetário Carneiro, do poeta cordelista Marciano Medeiros.

No dia 08 de Abril de 2015, o espaço cultural Pinacoteca Potiguar - Palácio Potengi, deu lugar a mais um evento que entrou para a História da Cultura potiguar. Falamos do lançamento do Cordel do Poeta Marciano Medeiros, cuja característica marcante de sua arte é o verso biográfico utilizando como suporte artístico, o tão singelo cordel.



Marciano Medeiros escreveu "Família, sonhos e lutas de Valdetário Carneiro", em 289 estrofes em que o poeta enfatizou a trajetória de vida e morte de José Valdetário Carneiro.
Curioso como poeta, artista como escritor e astúcia de historiador, sua pesquisa transcorreu ao longo de um ano, entre idas e vindas na terra natal do personagem, Marciano contou com a ajuda generosa de amigos, família e fontes escritas na composição de sua obra. 
A história de José Valdetário Benevides, seu nome de Cartório, entretanto foi como Valdetário Carneiro que ele entrou para a História. Como sujeito histórico, conta uma outra face, além da já tão conhecida pela mídia, de uma história que por tantas vezes foi divulgada em jornais, telejornais e imprensa de um modo geral, de crimes e disputas, porém, nesse trabalho o autor procurou enfatizar não somente o que a sociedade já tem de conhecimento, mas o lado do ser humano, da história de um menino,  filho de pais religiosos, que cresceu pensando em ser artista, ator, gostava de música, foi apaixonado, tinha vocação para o trabalho e como mecânico se sustentou por muito tempo. Tinha suas virtudes, na palavra que dava e e por isso admirado.

Em 1997, porém, todo cenário de sua vida mudou e sua marcante história de crimes, do menino que queria ser ator, passa a ser encenada, não de uma forma ilusória  e transitória, nem tão pouco irreal, mas de uma saga verdadeira, real, de relações de comando e comandados, de liderança e vingança.
Valdetário, então,  foi o ator principal de sua própria história, de seu próprio romance, cumprindo assim seu destino.

O poeta cordelista Marciano Medeiros já possui um grande acervo de biografias e romances e é também integrante da Academia Norteriograndense de Literatura de Cordel. 




Tivemos também a oportunidade de estar entre os grandes nomes da cultura popular, tais como Rosa Regis, Abaete do Cordel, Dudé Viana, Gélson Pessoa, Jadinho Lima, Nando Poeta,  o artista plástico Raimundo André e Estévide Alexandre, entre outros, além dos violeiros Chicó Sobrinho e Chico Gomes que fizeram belas apresentações retratando em música e versos, a poesia descrita no cordel e dos principais cordéis de Marciano.






 





O evento também foi prestigiado  pelo prefeito de Serra de São Bento, Emanuel Faustino e a primeira dama Graça Rodrigues.




Contando também com a presença de amigos apoiadores do evento o vereador Epifânio Bezerra e sua esposa, a vice-prefeita de Várzea, Cleide Lima.





Terminamos essa matéria com um trecho de suas rimas: 

"O menino, que sonhara
no passado  ser ator, 
foi visto pelo Brasil
entre balas, sangue e dor. 
Mas era um filme real, 
feito de modo brutal, 
sem existir diretor", Marciano Medeiros.











sábado, 27 de dezembro de 2014

Agora é Oficial: A cidade de Natal tombada pelo Patrimônio Cultural do Brasil!

Já possuíamos o titulo de Cidade do sol e por ser considerada a cidade com o ar mais puro da América do Sul, das mais belas praias, lagos e lagoas brasileiras,  o ano de 2014 foi marcado com mais um título importante na questão da preservação de nossa memória histórica e cultural: Natal agora é Patrimônio Histórico Cultural do Brasil. Oficialmente, pois nós, potiguares, já tínhamos essa consciência Histórica.

Fortaleza dos Reis Magos/ Natal-RN

Processo de tombamento foi iniciado em 2008, com sua conclusão em 18 de julho desse ano e publicado no Diário Oficial.

Quem nunca circulou pelas ruas antigas da Ribeira, na Rua Chile, na Tavares de Lyra, das Rocas, da Cidade Alta, onde encontramos os principais centros de comércio, de restaurantes, bares, do Teatro Alberto Maranhão, do Jornal A República, do Instituto Histórico.

Pois bem, segundo a assessoria de comunicação do Ministério da Cultura afirma que “entre eles destacam-se o Forte dos Reis Magos, o Casarão do Arquivo Arquidiocesano, o Armazém Real da Capitania (Antiga casa do padre João Maria), o Palácio Felipe Camarão (sede da Prefeitura de Natal), o Teatro Alberto Maranhão, o Antigo Grupo Escolar Augusto Severo e o prédio da Secretaria de Tributação do Município (Semut)” e mais onze praças de nosso Centro histórico receberão nova requalificação.

O tombamento da parte histórica potiguar abrange três bairros: Cidade Alta, Ribeira e Rocas, num total de 560 imóveis.

Isso representa um investimento significativo dentro de um Programa de Aceleração de Crescimento o (PAC II – Cidades Históricas), que em tese, serão investidos 43 milhões na reforma e preservação dos espaços, cujas obras deverão ser executadas pelo Governo do Estado do RN, Prefeitura Municipal de Natal, UFRN e Iphan.

Nós, potiguares, estamos ansiosos para a ação de intervenções nesses locais, cujo o objetivo é resguardar a memória de nossos antepassados, rememorar os contemporâneos e resguarda-las às futuras gerações.

Arquivo Arquidiocesano / Natal-RN

Agora, cabe-nos esperar e ver se o que foi proposto realmente se cumpra. Otimista, esperamos que sim!


Fontes: Ministério da Cultura e Tribuna do Norte.
Por: Dayse Albuquerque.