domingo, 19 de julho de 2015

TRÍADE: POPULAR, FILOSÓFICO E FESCENINO

TRÍADE: POPULAR, FILOSÓFICO E FESCENINO - NAS TRILHAS POTIGUARES
Edição de domingo, 19/07/15.


Nas Trilhas Potiguares desse fim de semana, viemos apresentar o lançamento de um livro poético escrito a três mãos. Trata-se da obra Tríade: Popular, Filosófico e Fescenino, que abrilhantou e encheu de música e alegria os salões da Livraria Nobel da Av. Salgado Filho.

O texto Tríade surgiu do amor dos três autores pela poesia dos quais o poeta popular Emmanoel Iohanan , o filósofo e também poeta Ferreira Fontes e pela fotógrafa, poetisa Jardia Maia, que a partir do DESEJO, em seu amplo sentido, buscaram através da linguagem poética fescenina, eternizarem seus versos.
Tríade destaca-se num contexto fescenino, ou seja, de versos populares licenciosos, com linguagem obscena e maliciosa, mas sem, deixar de lado o tom poético que caracteriza a obra.

A linguagem fescenina está presente na literatura e na poesia desde a antiguidade clássica romana até os nossos dias. Mesmo em períodos de repressão, como a Idade Média, o homem sempre conseguiu burlar a fiscalização da Igreja ao escrever com uma linguagem erótica, seus textos libidinoso.

No Brasil, nomes como Gregório de Matos e Bernardo Guimarães, ousaram na poesia fescenina, numa época em que tal texto não se concebia aos costumes da família tradicional patriarcal católica, lógico... de uma forma oficial. No entanto, sempre existiu um consumo dessa literatura, as margens da sociedade e num ambiente estritamente masculino.
Essa mesma sociedade patriarcal, escravista e religiosa, na figura do “poderoso” senhor branco detentor da propriedade não somente imóvel, mas do corpo, da sexualidade e das ideias, criou um escopo de imagem com fundamentos na hipocrisia, a nosso ver, duas: do homem da moral e dos bons costumes, e do homem libidinoso, pronto a satisfazer seus desejos mais ocultos. Daí uma grande matéria prima para a escrita de textos dessa natureza.

Durante os períodos de ditatoriais, como a Era Vargas (1937-1945) repressão militar ( 1964-1984), o Brasil teve suas experiências da poesia fescenina, talvez pelo fato da proibição, mesmo nesse período eles não deixaram de ser produzidos. Imagine-se num ambiente de grandes ebulições políticas e sentimento de repressão, da falta de liberdades, é um ambiente propício a produção de algo “à margem”, viril, voluptuoso sensual “proibido”.

E por falar em sensualidade, o nome feminino da Tríade, Jardia Maia, compõe suas poesias de uma forma livre, feminina, sem ter nenhuma satisfação a dar a "alguém". Jardia transmite em seus versos uma segurança daquilo que idealiza, e se permitir brincar com as palavras aquilo que muitas mulheres até desejam falar, mas se limitam.
Ainda vamos ouvir falar muito dessa jovem escritora! 




Em pleno século XXI, tratar a temática com a mesma carga de preconceito aos que existiram ao longo da História, mas que sempre esteve vivo e à tona, é tão somente hipócrita assim como sempre o foi nesses mesmos anos que sempre foram lidas e consumidas. Principalmente pela facilidade de acesso da mídia do conteúdo fescenino.
Emmanoel Iohanan, Ferreira Fontes e Jardia Maia, vieram com essa temática instigante, a leitura por completa do livro, aprimorando o que há de mais espontâneo da característica humana: a curiosidade.


Tão curiosos que em seu lançamento, o livro Tríade reuniu um grande número de admiradores da cultura popular e erudita, de amigos e leitores, músicos, escritores cordelistas artistas e intelectuais, com o intuito não somente de prestigiar o trabalho desses autores, mas de buscar, em primeira mão, conhecer um trabalho diferenciado e corajoso.
Não podemos deixar de destacar que, no cenário potiguar da arte e cultura, se delineia um momento cultural significativo e importante. Vários artistas vêm se destacando em várias vertentes da cultura popular e isso tem ganhado notoriedade. E viva a cultura potiguar! 

Hélio Gomes e Claudia Borges ( Casa do Cordel)
A tríade e o músico e compositor Dudé Viana






Nesse encontro entre amigos, estiveram vários representantes da SPVA (Sociedade dos Poetas Vivos e Afins), como o cordelista Marciano Medeiros, Claudia Borges, Tonha Mota, Nando Poeta, Hélio Gomes Soares, Clécia Santos, entre outros, muitos outros, da Casa do Cordel, Da Casa da Mangueira (Oficina de contação de Estórias e outros segredinhos) na graça da querida contadora de estórias Daluzinha Áviles, da poetisa Rita Cruz, do músico e compositor Dudé Viana,  professores e alunos da UFRN, dos cursos de Letras, Filosofia e a blogueira historiadora que vos fala.
entre músicas, conversas e autógrafos, os participantes do evento pode degustar um delicioso buffet com a música do grupo encabeçado pela cantora Magna Fuá, que aliás, foi um show a parte... Uma festa!



Tríade: Popular, Filosófico e Fescenino tem essas características. "Se tiver preconceito, não leia; no entanto, se tiver bom senso, não julgue; se tiver senso estético e poético, entenda-a! de uma coisa tenho certeza... só parei de ler no fim!" Dayse Albuquerque.























Poetisa Claudia Borges e Dayse Albuquerque.



Escritor e filósofo Ferreira Fontes
                                                                                    







Nas Trilhas Potiguares ... Um encontro de Cultura, História e Arte!
                                                                       Por Dayse Albuquerque



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